quarta-feira, 28 de outubro de 2009

dia do livro


Dia nacional do livro
O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o “Dia Nacional do Livro” por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil.
Seu acervo de 60 mil peças, entre livros, manuscritos, mapas, moedas, medalhas, etc., ficava acomodado nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, no Rio de Janeiro.
A biblioteca foi transferida em 29 de outubro de 1810 e essa passou a ser a data oficial de sua fundação.

DIA DAS CRIANÇAS...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

datas importantes de outubro
15
Dia do Professor
Nosso país melhorou a situação educacional: há queda nos índices de analfabetismo e aumento da escolaridade média e da taxa de escolarização da população, segundo os dados do Censo 2000. Notícias boas de serem lembradas nesse dia, em que são homenageados os responsáveis em grande parte por essa melhora. Muitos fatores podem contribuir para a melhora na Educação, mas essa modificação no setor do ensino traz a certeza de que eles, os professores, estão trabalhando mais e melhor para, quem sabe um dia, termos uma situação educacional satisfatória. Este é portanto um mercado de trabalho em crescimento, com mais opções, pois aumentou a quantidade de gente estudando, aumentando por conseqüência a necessidade de se formarem mais professores.
29
Dia Nacional do Livro
O dia 29 de outubro foi escolhido para ser o ?Dia Nacional do Livro? por ser a data de aniversário da fundação da Biblioteca Nacional, que nasceu com a transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

POESIA ESTRELAS

ESTRELAS
É...
Um sonho pensar que tudo acabou,
Que pena o seu amor não durou,
Ainda tenho a esperança de ter você pra mim.
Vou...
Na estrada vejo que a paixão passou,
E deu passagem bela pro amor,
O tempo foi tão pouco,
Mas a beleza eternizou...
Estrelas vão brilhar,
Eternizar o nosso amor
Nas nuvens vou buscar
Pra ti mostrar o quanto durou
Só tenho pra te dar
Então eu cantar
Essa canção.


Joséwilton Sampaio

DIA DO ESTUDANTE

dIA DO ESTUDANTE
“Estudar é como conhecer mundos diferentes.Tempo de novidade a cada dia.Tempo de alegria a cada hora.Tempo de se preparar para a vida...
o maior desafio que existe....
Feliz Dia do Estudante!”

sábado, 8 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

preconceito

PRECONCEITO
O PRECONCEITO É UM CONCEITO RADICAL, FAZ AS PESSOAS SE SENTIREM MUITO MAL.NÃO DÁ PRA SE SALVAR O PRECONCEITUOSO POIS ESTE, ESTÁ SEMPRE PRONTO AS CONDENAR.SERÁ QUE UM DIA O PRECONCEITO VAI DEIXAR DE EXISTIR? SERÁ QUE AS PESSOAS VÃO PODER DE VERDADE SE MOSTRAR SEM FINGIR? SEM MEDO DO QUE VENHA A ACONTECER MUITOS HOJE JÁ SE FAZEM CONHECER PERANTE UMA SOCIEDADEQUE SEMPRE O PRECONCEITO FAZ VALER.VAMOS TENTAR SEGUIR...O QUE JESUS NOS ENSINOU?AMAR AO PRÓXIMO...CADA QUAL COM SEU VALORSEM PRECONCEITO NEM PRISÃO LIBERTANDO O CORAÇÃO DAS AMARRAS QUE ESSE POVO FAZ QUESTÃO DE CARREGAR,VAMOS NOS LIBERTAR? ?.......

Fatima Sansone

Raul pompéia - Amor de inverno


AMOR DE INVERNO
Ora, para que havia de dar-me a mania!... Lembrei-me de amar uma velha!...
A gente chega a saciar-se de tudo, até do vinho quente da juventude. Em amor, uma das cousas apreciadas é o amor que custa; pelo menos, o amor que precisa que o busquemos para vir: mil vezes mais apreciado que o amor que vem ao nosso encontro. Maomé, com certeza, não se arrependeu de ir até a montanha. Ora, a juventude é assim. Tem o defeito, em amor, de vir ao nosso encontro. Há o instinto, nos seios rijos da virgindade, que os impele a esmagar-se, amassar-se, emolir-se, de encontro ao peito que se lhes acerca.
A grande idade é já esquiva.
O verão passou. Tem uns dias de sol, como o inverno os tem. Mas, são sugestões tranqüilas da saudade. Os sóis, Os grandes sóis passaram.
Quem sabe? Haverá, talvez, um vivo prazer em ir a gente abrir uma réstea estival de claridade no firmamento nublado desses dias! Espera, S. Medardo, padroeiro dos dias úmidos... guarda o aguaceiro um pouco... que eu vou mandar àquela pobre, de presente uma nesgazinha de bom tempo...
Tomei a sério a minha intenção.
Logo ao terceiro dia, aliás à noite, achei o meu ideal.
Velha, velha, velha, velha...
Imaginem um belo ideal de cabelos brancos, curvo e tremulo, de carnes tenras entre galantina e faisandé.
Dous olhos negros brilhavam como alcaparras em cima daquela iguaria branca.
A minha atenção fervorosa atraiu a dela. Daí a Pouco, seguíamos, trocando olhares. Os dela - de curiosidade, naturalmente.
Mais de perto, com a iluminação pública pude ver-lhe dous cachinhos em espiral gamenha de saca-rolhas, que lhe faziam voltas de S aos lados da fronte.
Com a vista firme, percebi que aqueles caracóis prolongavam-se sutilmente pela velha adentro; enrolavam-se num sorriso que ela tinha nos lábios e iam até à alma, envolvendo-a como a cauda cansada de um velho demônio aposentado.
Abordei-a.
- Não vê que sou respeitável? replicou ela com certa gravidade benevolente.
Respeitável, até veneranda... disse eu comovido, recuando um cumprimento.
E pus-me a caminhar em silêncio ao lado dela (que não se apressou) olhando para a ponta dos meus sapatos que alternadamente eu batia com a ponteira fina da bengala.
Os lampiões iam passando... Embaixo de cada lampião, eu aproveitava o gás, para ver a minha velha. Não estava de má cara.
- Acredita na simpatia? perguntei.
- O que chama simpatia? perguntou-me.
- E a aliança que prende duas pessoas a um simples encontro, sem porquê nem porquê não... Vem do grego syn, com pathos, afeição.
Este grego foi de uma infelicidade a toda a prova; mas, com uma velha, em amor, não há perigo mesmo em falar grego.
Depois, novo silêncio. Os bicos de gás. da calçada vinham de tempos a tempos iluminar o nosso silêncio. Eu estudava de esguelha a minha aventura.
Aventura, vejam lá! Quem me visse ao lado daquele camafeuzinho com quem eu ia, supor-me-ia, entretanto, um numismata a passeio com o seu museu, ou algum jovem fidalgo (permitam) que estivesse a arejar a sua árvore genealógica.
- Então o senhor simpatizou mesmo comigo?
- Sim, respondi-lhe eu, que andava a mil léguas com a imaginação. Sim, minha senhora: do grego syn, com pathos, sentimento.
Ela repetiu a pergunta. Eu respondi-lhe com um sorriso tímido. Daí para diante encaixamos definitivamente um no outro, dous silêncios afetivos do melhor efeito. E fomos.
A minha árvore genealógica, depois de muito tempo, voltou-se para mim e, a meia voz, como se concluísse uma doce frase, cujo princípio lhe ficara no espírito, falou:
- Vou para casa...
Não lhes posso fazer o retrato da fisionomia que, naquele momento, um bico de gás iluminou-me. Era a ternura, a. gratidão, a surpresa, o prazer, e mesmo a lascívia, quem o diria!... Eu senti, oh! vulcões extintos! o corpo inteiro da velha flamejar num incêndio que lhe passava a saia de seda, que me passava a roupa, como um bafejo de fornos, que me bafejava a carne.
Era isso mesmo que me enchia a imaginação havia momentos. Tinha encontrado o sonho. Uma mulher que passava, na sua velhice, esquecida do amor, esquecida do sexo, na idade positiva e anestésica das desilusões. Quando a criatura não é mais que um tubo digestivo por corpo e um terror por alma, o terror da morte que ai vem; quando, ao abandono de cousa imprestável, em que todos nos deixam, soma-se o raivoso egoísmo com que nos agarramos a nós mesmos, esquecidos dos semelhantes, porque a nossa questão não é mais com a vida, que lhes diz respeito, mas apenas com a morte, que só diz respeito a nós; quando a febre religiosa é a única energia moral e o calor cibário o único entusiasmo físico; quando a descrença e o egoísmo multiplicam-se para abrir, em roda de nós, um espaço desesperante de solidão e tristeza... Eu aparecer-lhe, fitá-la, pescá-la no fundo da lagoa frígida dos seus anos; inventar então para mim um amor novo de ressurreição; criar outra vez a mulher e fruir aquela segunda virgindade; cuspir no adjetivo venerando, incendiar de paixão o amianto rebelde dos cabelos brancos; assistir da torre do meu capricho triunfante, a vasta conflagração do país das neves, ver, por um momento, renascerem os enlevos, os êxtases, os delírios mortos surgirem, como fantasmas, dos próprios restos, para saudar ainda uma vez o mundo, num último clamor supremo do que vai perecer em pouco para sempre...
E colher para mim, aquela vasca do último entusiasmo, ouvir nos mais distantes recantos da alma, ouvir e guardar na memória das sensações raras todo aquele coro delicioso dos cisnes em agonia.
Velha, velha, velha, velha...
Ela era feia, pequenina, trêmula, muito branca, muito molezinha, muito crespa de rugas, como a nata de leite soprada, fraca, e de andar vacilante, certo andar balançado de patinha, que mal lembrava uma vivacidade possível dos quadris de outrora.
Num momento, o andar consolidou-se. Ela começou a dar passadas grandes, rijas, nervosas. Tomou-me o pulso. Dir-se-ia levar-me à força para a casa, como um menino fujão. Eu era dela.
Perdeu as considerações. Passou bruscamente a prescindir da minha vontade. Nem mais olhava-me. Levava-me ali como um objeto, quase brutalmente. Havia de ser naquela noite mesmo, na bebedeira do momento. Amanhã tudo estaria perdido. Era preciso não dar tempo à religião de falar; não dar tempo aos cabelos brancos de pensarem em si; não dar tempo ao moço de esfriar a fantasia. Era ali, naquele instante... Tinha muito tempo para se arrepender... depois.
Quando chegamos à casa, depois de andarmos não sei quantas ruas, devia ser tarde. A casa foi uma rótula de venezianas, que eu vi recuar para um buraco negro. Entrei. Faltou-me o pé. O soalho era mais baixo que a rua.
- Não caia! há um degrau, disse-me a velha.
Eu não via mais a velha. Na imperceptível claridade que chegava da rua, entrevia o meu braço, a minha mão, um pouco de outra mão, e depois a escuridão espessa. Parecia que a escuridão puxava-me.
O ar frio encanado denunciou-me um corredor. Deixei-me conduzir pela escuridão no ar frio.
De repente, do fundo de um aposento invisível, alguém tossiu.
Eu estremeci na mão da velha.
- Não faça caso, balbuciou-me ela ao ouvido. É a minha filha... que sofre de asma...
Pouco adiante, uma porta de vidraças vagamente clareada fez-me deter o passo. Um homem escarrou.
- Não faça caso, segredou-me a velha... Meu neto dorme aqui com a mulher...
Adiante ainda rangeu manhosamente o choro de um menino.
- Não faça caso... É o meu bisnetinho...
Outra criança rompeu em choro para acompanhar a primeira.
A velha não me disse se era o tetraneto...
Pois, senhores, fala-se em juventude... primavera... primavera... fala-se em verão... Não acreditem, meus amigos, não acreditem no inverno.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

SENHORA


Enquanto romance urbano, anterior ao advento do Realismo em nossa literatura, ele é fundamentalmente uma crônica de costumes, um retrato da Corte ou da sociedade fluminense na segunda metade do século 19. Ou seja o texto focaliza a época em que o próprio escritor viveu. Nesse sentido, é muito apropriado o comentário do crítico Alfredo Bosi sobre os romances urbanos do autor:
"Alencar, cioso da própria liberdade, navega feliz nas águas do remoto e do longínquo. É sempre com menoscabo ou surda irritação que olha o presente, o progresso, "a vida em sociedade"; e quando se detém no juízo da civilização, é para deplorar a pouquidade das relações cortesãs, sujeitas ao Moloc do dinheiro. Daí o mordente de suas melhores páginas dedicadas aos costumes burgueses em 'Senhora' e 'Lucíola'".
Em outras palavras, Alencar critica a sociedade que lhe é contemporânea, não a partir da perspectiva de uma transformação futura, mas na da nostalgia de um passado que só na ficção pode reviver plenamente. De qualquer modo, é em "Senhora" e "Lucíola" que atinge o ponto alto em termos de crítica social e procura se aprofundar na psicologia das personagens femininas, traçando o que se convencionou chamar de seus "perfis de mulher".
De qualquer modo, publicado em 1875, "Senhora" traz características inequivocamente românticas, como se pode ver pelo núcleo de seu enredo, simples, atrelado ao esquematismos dos dramas de amor do Romatismo: Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira, apaixonou-se por Fernando Seixas, a quem namorou. Este, porém, desfez a relação, movido pela vontade se se casar com uma moça rica, Adelaide Amaral.
Passado algum tempo, Aurélia, já órfã, recebe uma grande herança do avô e ascende na escala social. Ainda ressentida com o antigo namorado, resolve vingar-se dele. Sabendo que Fernando, ainda solteiro, andava em dificuldades financeiras, resolve comprá-lo para marido. Na época, o Segundo reinado, vigora o regime de casamento dotal, em que o pai da noiva (ou, no caso, ela mesma) deveria dar um dote ao futuro marido.
Assim, através de um procurador, Fernando recebe uma proposta de casamento e a aceita sem saber exatamente com quem se casará - interessa-lhe apenas o dinheiro, cem contos de réis, que vai receber por isso. Ao descobrir que sua noiva é Aurélia, Fernando se sente um felizardo, pois, na verdade, nunca deixara de amá-la. E abre seu coração para ela.
A jovem, porém, na noite de núpcias, deixa claro: "comprou-o" para representar o papel de marido que uma mulher na sua posição social deve ter. Dormirão em quartos separados. Aurélia não só não pretende entregar-se a ele, como aproveita as oportunidades que o cotidiano lhe oferece para criticá-lo com ironia. Durante meses, uma relação conjugal marcada pelas ofensas e o sarcasmo se desenvolve entre os dois.
Fernando, todavia, trabalha e realiza um negócio que lhe permite levantar o dinheiro que devia a Aurélia. Desse modo, propõe-se a retituir-lhe a quantia em troca da separação. Considerando o gesto uma prova da regeneração de Fernando, Aurélia, que nunca deixara de amá-lo, é vencida pelo amor. Ao receber o dinheiro, entrega-lhe a chave de seu quarto e o casamento se consuma, afinal.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

dom casmurro



Dom Casmurro - Machado de Assis

O enredo
Bentinho, chamado de Dom Casmurro por um rapaz de seu bairro, decide atar as duas pontas de sua vida . A partir daí, inicia a contar sua história ( importante salientar esse detalhe !!!! É Bentinho que nos narra sua vida).
Morando em Matacavalos com sua mãe ( D. Glória, viúva ), José Dias (o agregado), Tio Cosme ( advogado e viúvo) e prima Justina ( viúva ), Bentinho possuía uma vizinha que conviveu como "irmã-namorada" dele , Capitolina - a Capitu . Seu projeto de vida era claro, sua mãe havia feito uma promessa, em que Bentinho iria para um seminário e tornaria-se um padre . Cumprindo a promessa Bentinho vai para o seminário, mas sempre desejando sair, pois tornando-se padre não poderia casar com Capitu. José Dias, que sempre foi contra ao namoro dos dois, é quem consegue retirar Bentinho do seminário, quase convencendo D. Glória que o jovem deveria ir estudar no exterior, José Dias era fascinado por direito e pelos estudos no exterior. Quando retorna dos estudos, Bentinho consegue casar com Capitu e desde os tempos de seminário havia fundamentado amizade com Escobar que agora estava casado e sempre foi o amigo íntimo do casal. Nasce o filho de Capitu, Ezequiel. Escobar, o amigo íntimo, falece e durante o seu velório Bentinho percebe que Capitu não chorava, mas aguçava um sentimento fortíssimo. A partir desse momento começa o drama de Bentinho. Ele percebe que o seu filho ( ? ) era a cara de Escobar e ele já havia encontrado, às vezes, Capitu e Escobar sozinhos em sua casa. Embora confiasse no amigo, que era casado e tinha até filha, o desespero de Bentinho é imenso. Vão para Europa e Bentinho depois de um tempo volta para o Brasil . Capitu escreve-lhe cartas, a essas altura, a mãe de Bentinho já havia morrido, assim como José Dias. Ezequiel um dia vem visitar o pai e conta da morte da mãe. Pouco tempo depois, Ezequiel também morre, mas a única coisa que não morre no romance é BENTINHO E SUA DÚVIDA .

Comentário "Analisatório" :

OS OLHOS OBLÍQUOS E DISSIMULADOS de Capitu demonstram as duas pontas da história da vida de Bentinho: seu primeiro beijo na amada ocorre mediante a percepção daqueles belíssimos olhos de ressaca e seu drama é, justamente, a percepção no velório dos mesmos olhos de Capitu. A infância coligada com Capitu também contribui para a afirmação de Bentinho, pois ela sempre esteve com o espírito de dissimulação que deixava-o abismado nos momentos que ela conseguia enganar o próprio pai , o velho Pádua.
Dom Casmurro é um livro complexo e cada leitura origina uma nova interpretação. Segundo Fábio Lucas, prefacionista de uma das edições de Dom Casmurro: "É a triangulação ideal que traduz a certeza de uma consciência conturbada , a de Bentinho (cujo o nome - Bento Santiago - SANTO representa BEM e IAGO no drama OTHELLO é a consciência perversa, ou seja, a fusão entra o bem e o mal), e resulta, para o destinatário de seu discurso mesclado de objetividade e de ressentimento (subjetivismo), numa ambigüidade insolúvel".
Machado de Assis faz em Dom Casmurro um fato inacreditável em sua narrativa: Ele cria um narrador que afirma algo (ou seja, diz que foi traído) e o leitor não consegue decidir-se se ele está mentindo ou não. E aquela famosa pergunta que é a trilogia do romance, não só entre os brasileiros, mas também como os estudiosos do livro de outros países: TERIA SIDO CAPITU CULPADA DE ADULTÉRIO?
Talvez Machado de Assis não tenha revelado o problema porque não sabia respondê-lo!

sábado, 6 de junho de 2009

música D` Black e Negra lii


Um Minuto (com Negra Li)
D'Black

Composição: D'Black
"Alô?""Olha, eu só tenho um minuto..."Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempreA culpa não foi suaOs caminhos não são tão simples, mas eu vou seguirViajo em pensamentoNuma estrada de ilusões que eu procuro dentro do meu coraçãoToda vez que fecho os olhos é pra te encontrarA distância entre nós não pode separarO que eu sinto por você não vai passarUm minuto é muito pouco pra poder falarA distância entre nós não pode separarE no final, eu sei que vai voltarPor onde quer que eu vá vou te levar pra sempreA vida continuaOs caminhos não são tão simples, temos que seguirViajo em pensamentosUma estrada de ilusões que eu procuro dentro do meu coraçãoToda vez que fecho os olhos é pra te encontrarA distância entre nós não pode separarO que eu sinto por você não vai passarUm minuto é muito pouco pra poder falarA distância entre nós não pode separarE no final, eu sei...E no meu coração, aonde quer que eu váSempre levarei o teu sorriso em meu olharToda vez que fecho os olhos é pra te encontrarA distância entre nós não pode separarO que eu sinto por você não vai passarUm minuto é muito pouco pra poder falarA distância entre nós não pode separarE no final, eu sei que vai voltarEu sei que vai voltar...Oh, Oh ...Eu sei que vai voltar ...

sábado, 30 de maio de 2009

biografia de Machado de Assis



Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista e teatrólogo brasileiro, considerado como o maior nome da literatura brasileira, de forma majoritária entre os estudiosos da área.[1][2] Sua extensa obra constitui-se de nove romances e nove peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas.[2][3] Machado assumiu cargos públicos ao longo de toda sua vida, passando pelo Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, Ministério do Comércio e pelo Ministério das Obras Públicas.[4]
A obra ficcional de Machado de Assis tendia para o
Romantismo em sua primeira fase, mas converteu-se em Realismo na segunda, na qual sua vocação literária obteve a oportunidade de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (sua magnum opus). Ainda na segunda fase, Machado produziu obras que mais tarde o colocariam como especialista na literatura em primeira pessoa (como em Dom Casmurro, onde o narrador da obra também é seu protagonista). Como jornalista, além de repórter, utilizava os periódicos para a publicação de crônicas, nas quais demonstrava sua visão social, comentando e criticando os costumes da sociedade da época, como também antevendo as mutações tecnológicas que aconteceriam no século XX, tornando-se uma das personalidades que mais popularizou o gênero no país.Filho do mulato Francisco José de Assis, pintor de paredes e descendente de escravos alforriados, e de Maria Leopoldina Machado, uma lavadeira açoriana[7] da Ilha de São Miguel. Machado de Assis, que era canhoto [8], passou a infância na chácara de D. Maria José Barroso Pereira, viúva do senador Bento Barroso Pereira, na Ladeira Nova do Livramento, (como identificou Michel Massa), onde sua família morava como agregada, no Rio de Janeiro. De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Ficou órfão de mãe muito cedo e também perdeu a irmã mais nova. Não freqüentou escola regular, mas, em 1851, com a morte do pai, sua madrasta Maria Inês, à época morando no bairro em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é provável que tenha assistido às aulas quando não estava trabalhando.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender e se tornou um dos maiores intelectuais do país, ainda muito jovem. Em São Cristóvão, conheceu a senhora
francesa Madamme Gallot, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de francês, que Machado acabou por falar fluentemente, tendo traduzido o romance Os Trabalhadores do Mar, de Victor Hugo, na juventude. Também aprendeu inglês, chegando a traduzir poemas deste idioma, como O Corvo, de Edgar Allan Poe. Posteriormente, estudou alemão, sempre como autodidata.
De origem humilde, Machado de Assis iniciou sua carreira trabalhando como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Oficial, cujo diretor era o romancista
Manuel Antônio de Almeida. Em 1855, aos quinze anos, estreou na literatura, com a publicação do poema "Ela" na revista Marmota Fluminense. Continuou colaborando intensamente nos jornais, como cronista, contista, poeta e crítico literário, tornando-se respeitado como intelectual antes mesmo de se firmar como grande romancista. Machado conquistou a admiração e a amizade do romancista José de Alencar, principal escritor da época. Era, no dizer do historiador literário Marques da Cruz, "ponderado e honesto. Sóbrio na vida e no estilo"
Baptiste Louis Garnier, convida Machado a trabalhar no Jornal das Famílias (
1863 - 1878), aonde tem contato com as obras de Shakespeare, através das páginas do periódico.[10]
Em 1864 estréia em livro, com Crisálidas (poemas). Em 1869, casa-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, irmã do poeta Faustino Xavier de Novais e quatro anos mais velha do que ele. Em 1873, ingressa no Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, como primeiro-oficial. Posteriormente, ascenderia na carreira de servidor público, aposentando-se no cargo de diretor do Ministério da Viação e Obras Públicas.
Podendo dedicar-se com mais comodidade à carreira literária, escreveu uma série de livros de caráter
romântico. É a chamada primeira fase de sua carreira, marcada pelas obras: Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876), e Iaiá Garcia (1878), além das coletâneas de contos Contos Fluminenses (1870), , Histórias da Meia Noite (1873), das coletâneas de poesias Crisálidas (1864), Falenas (1870), Americanas (1875), e das peças Os Deuses de Casaca (1866), O Protocolo (1863), Queda que as Mulheres têm para os Tolos (1864) e Quase Ministro (1864).
Em
1881, abandona, definitivamente, o romantismo da primeira fase de sua obra e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, que marca o início do realismo no Brasil. O livro, extremamente ousado, é escrito por um defunto e começa com uma dedicatória inusitada: "Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas". Tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas como as demais obras de sua segunda fase vão muito além dos limites do realismo, apesar de serem normalmente classificados nessa escola. Machado, como todos os autores do gênero, escapa aos limites de todas as escolas, criando uma obra única.
Na segunda fase suas obras tinham caráter realista, tendo como características: a introspecção, o humor e o pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. Da segunda fase, são obras principais:
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900), Esaú e Jacó (1904), Memorial de Aires (1908), além das coletâneas de contos Papéis Avulsos (1882), Várias Histórias (1896), Páginas Recolhidas (1906), Relíquias da Casa Velha (1906), e da coletânea de poesias Ocidentais. Em 1904, morre Carolina Xavier de Novaes, e Machado de Assis escreve um de seus melhores poemas, Carolina, em homenagem à falecida esposa. Muito doente, solitário e triste depois da morte da esposa, Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908, em sua velha casa no bairro carioca do Cosme Velho. Nem nos últimos dias, aceitou a presença de um padre que lhe tomasse a confissão. Bem conhecido pela quantidade de pessoas que visitaram o escritor carioca em seus últimos dias, como Mário de Alencar, Euclides da Cunha e Astrogildo Pereira (ainda rapaz e por isso desconhecido dos demais escritores), ficcionalmente o tema da morte de Machado de Assis foi revisto por Haroldo Maranhão.

Estilos literários:
É considerado por muitos o maior escritor brasileiro de todos os tempos e um dos maiores escritores do mundo, enquanto romancista e contista. Suas crônicas não têm o mesmo brilho e seus poemas têm uma diferença curiosa com o restante de sua produção: ao passo que na prosa Machado é contido e elegante, seus poemas são algumas vezes chocantes na crueza dos termos similar talvez à de
Augusto dos Anjos.
Em sua fase romântica: ambítua seus poemas em ambiente urbano, espelha-se em
José de Alencar, mas sem sua rispidez e sua volúpia, pelo contrário mostra certo conservadorismo.[11]
Abandona muita dessas características e publica Memórias Póstumas de Brás Cubas, iniciando o realismo no Brasil, um tom próximo ao coloquial, mas com certo requinte, impactante e provocante, incluindo na literatura nacional temas antes não expostos como: a natureza feminina; utiliza-se de ironias refinadas para criticar e abusa da narração em primeira pessoa para criar certo humor, com metalinguagem conversando com o leitor e deixando a obra subjetiva, com uma visão parcial do narrador, o maior exemplo é Dom Casmurro.[11]
«Machado reúne os pré-requisitos da genialidade. Possui exuberância, concisão e uma visão irônica ímpar do mundo.»
(
Harold Bloom, crítico literário estadunidense, sobre o escritor brasileiro Machado de Assis[12])
O crítico estadunidense
Harold Bloom considera Machado de Assis um dos 100 maiores gênios da literatura de todos os tempos (chegando ao ponto de considerá-lo o melhor escritor negro da literatura ocidental), ao lado de clássicos como Dante, Shakespeare e Cervantes. A obra de Machado de Assis vem sendo estudada por críticos de vários países do mundo, entre eles, Giusepe Alpi (Itália), Lourdes Andreassi (Portugal), Albert Bagby Jr. (Estados Unidos da América), Abel Barros Baptista (Portugal), Hennio Morgan Birchal (Brasil), Edoardo Bizzarri (Itália), Jean-Michel Massa (França), Helen Caldwell (Estados Unidos da América), John Gledson (Inglaterra), Adrien Delpech (França), Albert Dessau (Alemanha), Paul Dixon (Estados Unidos da América), Keith Ellis (Estados Unidos da América), Edith Fowke (Canadá), Anatole France (França), Richard Graham (Estados Unidos da América), Pierre Hourcade (França), David Jackson (Estados Unidos da América), Linda Murphy Kelley (Estados Unidos da América), John C. Kinnear, Alfred Mac Adam (Estados Unidos da América), Victor Orban (França), Houwens Post (Itália), Samuel Putnam (Estados Unidos da América), John Hyde Schmitt, Tony Tanner (Inglaterra), Jack E. Tomlins (Estados Unidos da América), Carmelo Virgillo (Estados Unidos da América), Dieter Woll (Alemanha) e Susan Sontag (Estados Unidos da América).
O
estilo literário de Machado de Assis tem inspirado muitos escritores brasileiros ao longo do tempo e sua obra tem sido adaptada para a televisão, o teatro e o cinema. Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes. Suas principais obras foram traduzidas para diversos idiomas e grandes escritores contemporâneos como Salman Rushdie, Cabrera Infante e Carlos Fuentes confessam serem fãs de sua ficção, como também o confessou Woody Allen. A Academia Brasileira de Letras criou o Espaço Machado de Assis, com informações sobre a vida e a obra do escritor.
Machado em suas obras interpela o leitor, ultrapassando a chamada
quarta parede, nisso tendo sido influenciado por Manuel Antônio de Almeida, que já havia utilizado a técnica, bem como Miguel de Cervantes, e outros autores, mas nenhum deles com tanta ênfase quanto Machado.

Machado de Assis e o Social
M.A. não produziu nenhuma obra que ilustra-se o
Brasil, deu preferência a expor o esqueleto moral que a suportava a sociedade do Segundo Reinado em transição para a República.[13]
Machado e o determinismo
Paralelo ao
realismo de Machado, ocorre o Naturalismo, que tem como sua base o determinismo. Em Portugal não ocorre essa separação por não contar com Machado, pois é um dos poucos autores da época, senão o único, a não ser influenciado por essas idéias. Em uma famosa carta ele critica o Primo Basílio de Eça de Queirós por falta de profundidade, já que todos são frutos do meio, são personagens exagerados e presos as suas caricaturas, já predeterminados pelo ambiente. Há algumas contradições como o personagem Quincas Borba com a sua filosofia Humanitismo, onde o forte é superior ao fraco.[11]
Obra
Toda a obra de Machado de Assis é de domínio público, por ter expirado o correspondente direito de autor em
1978, completando-se 70 anos do falecimento do autor.

Romance
Diretos, de vocabulário enxuto, com um tom de simplicidade, baseados no cotidiano. Com o tempo Machado ganhou confiança e seus contos tonaram-se mais sóbrios:
Memórias Póstumas é o inicio dessa sobriedade.
Os romances não fogem das duas fases de Machado. Em um primeiro momento é influenciado pelo romantismo, por
José de Alencar, mas já demonstra certa análises psicológicas, especialmente a feminina, e traços de humor.
Em sua segunda fase, provavelmente influenciado por
Flaubert e Balzac, mantém o humor, mas inclui a maldade, pessimismo e sofrimento; os caracteres psicológicos das personagens são aprofundados e a metalinguagem aparece.[14]

Conto
Assim como nos contos, duas fases. Machado é considerado o introdutor de peso do gênero no
Brasil, utilizando ironia e humor. Em sua romântica, temática centrada no amor, com enredos pobres, mas com indicativos de sua ironia e capacidade de construir o caráter do personagem, mesmo centrando-se no enredo e não na análise do personagem.
Em sua segunda fase, centra-se na análise psicológica, o enredo é deixado em segundo plano, passa a utilizar os recursos da narração, seus grandes contos nessa fase tendo mulheres como protagonistas.

Teatro
Foi como M.A. iniciou sua carreira literária, escrevendo a maior parte das obras em sua juventude, não tendo muito peso, apenas uma etapa para as suas obras futuras.

Crítica
Iniciando desde o início de sua carreira, gostava de fazer críticas teatrais, tendo destaque em "Notícias da Atual Literatura Brasileira: Instinto de Nacionalidade". Escreve sobre o teatro de Alencar, Gonçalves de Magalhães e Macedo.

Poesia
Em seus três livros iniciais tem forte ligação com o romantismo, escrevendo até poesias indianistas, já na época totalmente ultrapassadas. Mas não tem os mesmo excessos românticos e nem a rigidez
parnasiana, teve como base investigações da natureza do homem e reflexões filosóficas.

Produção literária
Romance
Poesia
Contos
Teatro
Ressurreição, 1872)
Crisálidas[3], 1864)
Contos Fluminenses, 1870)
Hoje avental, amanhã luva,
1860)
A mão e a luva, 1874)
Falenas, 1870)
Histórias da Meia-Noite, 1873)
Queda que as mulheres têm para os tolos,
1861)
Helena, 1876)
Americanas, 1875)
Papéis Avulsos, 1882)
Desencantos,
1861)
Iaiá Garcia, 1878)
Ocidentais, 1880)
Histórias sem Data, 1884)
O caminho da porta,
1863)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881)
Poesias completas, 1901)
Várias Histórias, 1896)
O protocolo,
1863)
Casa Velha, 1885)
Páginas Recolhidas, 1899)
Teatro,
1863)
Quincas Borba, 1891)
Relíquias da Casa Velha, 1906)
Quase ministro,
1864)
Dom Casmurro, 1899)
Os deuses de casaca,
1866)
Esaú e Jacó, 1904)
Tu, só tu, puro amor,
1880)
Memorial de Aires, 1908)
Não consultes médico,
1896)
Lição de botânica,
1906)

Alguns contos

Machado em seus 25 anos
A Carteira (conto do livro Contos Fluminenses)
Miss Dollar (conto do livro Contos Fluminenses)
O Alienista (conto do livro Papéis Avulsos)
Teoria do Medalhão (conto do livro Papéis Avulsos)
A Chinela Turca (conto do livro Papéis Avulsos)
Na Arca (conto do livro Papéis Avulsos)
D. Benedita (conto do livro Papéis Avulsos)
O Segredo do Bonzo (conto do livro Papéis Avulsos)
O Anel de Polícrates (conto do livro Papéis Avulsos)
O Empréstimo (conto do livro Papéis Avulsos)
A Sereníssima República (conto do livro Papéis Avulsos)
O Espelho (conto) (conto do livro Papéis Avulsos)
Uma Visita de Alcibíades (conto do livro Papéis Avulsos)
Verba Testamentária (conto do livro Papéis Avulsos)
Noite de Almirante (conto do livro Histórias sem Data)
Um Homem Célebre (conto do livro Várias Histórias)
Conto da Escola (conto do livro Várias Histórias)
Uns Braços (conto do livro Várias Histórias)
A Cartomante (conto do livro Várias Histórias)
O Enfermeiro (conto do livro Várias Histórias)
Trio em Lá Menor (conto do livro Várias Histórias)
O Caso da Vara (conto do livro Páginas Recolhidas)
Missa do Galo (conto do livro Páginas Recolhidas)
Almas Agradecidas
A Igreja do Diabo

Academia Brasileira de Letras
Era o maior nome vivo da literatura no Brasil, quando um grupo de jovens, capitaneados por
Lúcio de Mendonça resolve finalmente pôr em prática a idéia da fundação da Academia Brasileira de Letras, nos moldes da Academia francesa. Machado foi seu primeiro presidente e seu discurso de fundação em 1887 revela sua intenção em participar da academia:
«Senhores,
Investindo-me no cargo de presidente, quisestes começar a Academia Brasileira de Letras pela consagração da idade. Se não sou o mais velho dos nossos colegas, estou entre os mais velhos. É simbólico da parte de uma instituição que conta viver, confiar da idade funções que mais de um espírito eminente exerceria melhor. Agora que vos agradeço a escolha, digo-vos que buscarei na medida do possível corresponder à vossa confiança.Não é preciso definir esta instituição. Iniciada por um moço, aceita e completada por moços, a Academia nasce com a alma nova e naturalmente ambiciosa. O vosso desejo é conservar, no meio da federação política, a unidade literária. Tal obra exige não só a compreensão pública, mas ainda e principalmente a vossa constância. A Academia Francesa, pela qual esta se modelou, sobrevive aos acontecimentos de toda a casta, às escolas literárias e às transformações civis. A vossa há de querer ter as mesmas feições de estabilidade e progresso. Já o batismo das suas cadeiras com os nomes preclaros e saudosos da ficção, da lírica, da crítica e da eloqüência nacionais é indício de que a tradição é o seu primeiro voto. Cabe-vos fazer com que ele perdure. Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles os transmitam também aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira. Está aberta a sessão.»
(
, 1897)

Academia, de pé: Rodolfo Amoedo, Artur Azevedo, Inglês de Sousa, Olavo Bilac, José Veríssimo, Sousa Bandeira, Filinto de Almeida, Guimarães Passos, Valentim Magalhães, Rodolfo Bernadelli, Rodrigo Octavio, Heitor Peixoto; sentados: João Ribeiro, Machado de Assis, Lúcio de Mendonça e Silva Ramos. Representações na cultura
Machado de Assis já foi retratado como personagem no cinema, interpretado por Jaime Santos no filme "Vendaval Maravilhoso" (
1949) e Ludy Montes Claros no filme "Brasília 18%" (2006). Também teve sua efígie impressa nas notas de NCz$ 1,00 (um cruzado novo; até 1989, com valor de mil cruzados) de 1987. Importantes concursos são realizados em todo mundo levando seu nome, a exemplo de Brasília que tem um significativo concurso com seu nome, realizado pelo
Machado de Assis foi um exímio jogador de
xadrez, tendo formulado problemas enxadrísticos para diversos periódicos. Participou do primeiro campeonato disputado no Brasil, ficando em terceiro lugar. Em muitas de suas obras, faz menções ao jogo, como por exemplo, em Iaiá Garcia e Esaú e Jacó.
O historiador José M. da Cruz (op. cit.) assim o descreve: "era mestiço, feio, gago, epiléptico, sempre reservado, sempre humilde, sempre tímido, o que realçava mais as suas qualidades intelectuais." A princípio utilizou os padrões do
Romantismo na composição poética, porém deles não se utiliza em seus contos e romances. Confessa não participar do Realismo, é um crítico do estilo de Eça de Queiroz e acreditava existir uma Verdade necessária à obra literária, porém em seus romances busca desvendar os conflitos reais e os mecanismos sociais.
Não foram incluídos na presente lista os diversos textos de crítica e as crônicas publicados em jornais e revistas ao longo dos anos.
Referências
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas